quarta-feira, 20 de maio de 2009

Visita à Embrapa trouxe à tona dificuldades do Jornalismo Científico


Os horizontes jornalísticos se expandiram na mente dos acadêmicos do quinto período de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo do Centro Universitário do Norte (Uninorte). Isso porque os alunos visitaram a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que fica na rodovia AM-010, em Manaus. O principal objetivo da visita foi promover uma espécie de treinamento aos futuros jornalistas com relação à pesquisa e divulgação científica e tecnológica. Para manter uma programação dinâmica e acessível a todos, a Embrapa propôs quatro pautas, todas abordando pesquisas desenvolvidas na empresa. Mas o texto que você está prestes a ler, não aborda somente o lado positivo da cobertura científica, mostra também as dificuldades que cada grupo passou ao tentar pegar assuntos, que geralmente são para um público tão específico, e torná-los palatável ao grande público.

Solo, florestas energéticas, transgênicos e seringueiras foram os assuntos escolhidos pela Embrapa. Cada equipe recebeu uma pauta, com o respectivo pesquisador, responsável pelo trabalho. A visita fez parte de uma atividade extraclasse, da matéria de Jornalismo Científico, ministrada pela professora doutora Mirna Feitoza. As equipes ficaram encarregadas de formular um trabalho acadêmico em forma de divulgação científica, a serem postados neste endereço eletrônico.

Conforme Adriana Ribeiro, relações públicas da Embrapa, visitas de estudantes universitários à instituição são frequentes, mas geralmente com alunos do curso de Agronomia. Daí o interesse da própria empresa em aproximar-se de estudantes de outras áreas, mostrando a relevância de seu trabalho para a sociedade brasileira. A equipe da Embrapa também recebe estudantes de educação básica, das redes pública e privada, aguçando a curiosidade dos mais jovens para o mundo científico.

De acordo com os alunos que acompanharam o trabalho desenvolvido na Embrapa com o solo no Amazonas, esse é um assunto muito vasto a ser abordado. O grupo teve como fonte principal o pesquisador da Embrapa, Paulo Teixeira, que mostrou a problemática do solo amazonense, muito pobre em nutrientes, porém não apresentando infertilidade. Apesar da pobreza de nutrientes, o solo do Amazonas produz muitas culturas. Graças às pesquisas realizadas na Embrapa é que se torna viável o cultivo de plantas e alimentos provenientes do solo. A acadêmica Melriam Lima comenta o trabalho de sua equipe “Nós utilizamos como gancho o paradoxo entre a falta de nutrientes e a produção de diversas culturas típicas da região”.

O assunto das florestas energéticas foi abordado através da visão da importância de manter uma produção oleira que beneficie economicamente a região sem agredir o meio ambiente, através do manejo sustentável das florestas. A pauta foi coberta por duas equipes de acadêmicos, que centralizaram seu material no setor de olarias, que possui mais de 30 fábricas cerâmicas e produz, em média, três milhões de peças de tijolo e telha por mês, além de gerar mais de seis mil empregos diretos e indiretos. A acadêmica Luana Ribeiro afirmou que a grande questão foi mostrar uma forma de manter esse mercado aquecido e funcionando, sem prejudicar com grandes desmatamentos.

Ytallo Byancco, um dos acadêmicos que assistiu à programação explicativa dos produtos (alimentos e plantas) geneticamente modificados, os transgênicos, disse que principal desafio foi traduzir de forma objetiva e clara, função, riscos e benefícios destes, para a população em geral. Outro ponto abordado no material do grupo foi como alimentos transgênicos poderiam ser oferecidos em grande escala, mas a deficiência na lei que regulamenta tal manuseio acaba atrasando a comercialização desses produtos. “Basicamente o trabalho maior da nossa equipe foi desmistificar os transgênicos, que sempre são tratados de forma polêmica pelos meios de comunicação”, disse Ytallo.

A equipe que cobriu a pauta sobre seringueiras abordou a importância do incentivo à produção quase artesanal do látex para as regiões interioranas da cidade, mostrando ainda a problemática da imigração de pessoas de localidades mais afastadas para a capital, por falta de trabalho, reflexo do recuo que a extração de seringueiras teve. Benefícios da produção do látex também foram citados no material, enfatizando o baixo custo que se tem ao manter plantações de seringueiras, que conseguem sobreviver até no solo mais infértil. A estudante Naira Nascimento conta como foi o trabalho de confecção do material. “Sem dúvida o maior empecilho na hora de cobrir a pauta sobre seringueira é a dificuldade em fazer desse tema algo interessante ao leitor leigo. Como a seringueira e o produto proveniente dela estão indissociáveis à história do Amazonas é inevitável fazer um levantamento de informações sobre a época áurea da borracha”, garantiu.


A relações públicas da Embrapa, Adriana Ribeiro



Alunos do Uninorte antes do início da programação preparada pela Embrapa






CJN05S2
Caroline Araújo
Henrique Saunier
Herlam Pechar
Larissa Veloso
Leandro Rossi
Thiago Freire

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