Transgênico, o alimento que assusta
O alimento geneticamente modificado já está inserido em nosso cotidiano e, apesar de ser assegurado para o consumo, por laboratórios de prestígio, ainda, causa medo. Mas, o transgênico ajuda na preservação do meio ambiente e contribui para a economia do país.
Você já deve ter ouvido falar
A pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus, AM) Regina Caetano Quisen, explica que apesar do alimento modificado ser assegurado para o consumo, por laboratórios de prestígio, ainda, causa medo em algumas pessoas, pelo fato de ser produzido com pedaços de DNA que não pertencem à semente original - muitas vezes retirados de vírus e bactérias. A verdade é que o novo sempre assusta. Podemos citar a revolta da vacina, 1904, que teve à frente o sanitarista Oswaldo Cruz. O Rio de Janeiro tinha graves problemas urbanos: rede insuficiente de água e
esgoto, coleta de lixo precária e cortiços super povoados. Nesse ambiente proliferavam muitas doenças, como a tuberculose, o sarampo, o tifo e a hanseníase. Além de grandes epidemias de febre amarela, varíola e peste bubônica. Meios de
comunicação, opositores ao governo da época, expunham supostos efeitos causados pela vacina. No dia 16 de novembro a reação popular levou o governo a suspender a obrigatoriedade da vacina e a declarar estado de sítio. A rebelião foi contida, deixando 50 mortos e 110 feridos. Ao reassumir o controle da situação, o processo de vacinação foi reiniciado, tendo a varíola, em pouco tempo, sido erradicada da, então capital da República, Rio de Janeiro.
Com relação aos transgênicos, as pessoas repetem o mesmo comportamento pelo medo do novo e, claro, com ajuda das novas tecnologias utilizadas em prol de supostos danos que os alimentos modificados podem causar.
Ao ingerir, o DNA da planta transgênica é decomposto no processo de digestão da mesma maneira que o DNA de uma planta convencional. Se ele não for digerido, há a possibilidade de que seja incorporado de alguma forma pelo corpo humano e desenvolva alguma doença, porém não há nenhum caso no mundo, afirma a pesquisadora Regina Caetano Quisen. “Os estudos sobre o efeito dos transgênicos na fauna registrou uma pequena redução de alguns insetos que estavam em contato direto. Sobre eventuais consequências em outros animais que se alimentaram de sementes transgênicas, não se descobriu até o momento nenhuma alteração no mapa genético original nem mesmo a ocorrência de alguma doença”, enfatiza Regia Quisen.
Do ponto de vista ambiental global, segundo o site portaldoagronegocio, Graham Brookes e Peter Barfoot, economistas da PG Economics Limited, empresa inglesa especializada em aconselhamento e consultoria em agricultura e atividades baseadas em recursos naturais, o cultivo de transgênicos, desde 1996, proporcionou uma redução global na ordem de 15,3% no volume de utilização de agroquímicos, totalizando 224 mil toneladas a menos na emissão direta de agrotóxicos no meio ambiente. Somam-se a este resultado a diminuição do uso de combustível nas lavouras, devido à redução da aplicação do pesticida e, também, a redução na emissão de gás carbônico pelas lavouras transgênicas, em conseqüência da sua compatibilidade com o uso da técnica do plantio direto, que propicia a conservação do solo. Só para se ter uma idéia, a redução do uso de agroquímicos, de
Economicamente, no Brasil em função da adoção da soja tolerante a herbicidas, esta economia chegou a quase US$ 2,2 bilhões em 2008, segundo informações divulgadas Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Agrobiotecnológicas (Isaaa, na sigla em inglês)
A soja ocupa atualmente 88% da área de plantações de transgênicos no Brasil, seguida pelo milho (8,86%) e pelo algodão (2,53%). O Brasil é o terceiro país em plantio de sementes geneticamente modificadas, atrás apenas dos Estados Unidos (62,5 milhões de hectares) e da Argentina (21 milhões).
É evidente a eficácia e a aceitação desses produtos pelos agricultores, assim como a segurança a respeito do organismo geneticamente modificado para o homem e para o meio ambiente. Neste contesto, a legislação de biossegurança exige o fornecimento de dados e informações científicas sobre os possíveis impactos ambientais, na alimentação humana e animal de cada novo produto transgênico.
gráfico/fonte:revista veja
Símbolo escolhido para a rotulagem de produtos trânsgênicos
Desde 2004, está em vigor no Brasil um decreto que obriga as empresas de alimentos a informarem no rótulo se o produto foi fabricado com mais de 1% de ingredientes transgênicos. Para isso, elas devem colocar, em local visível, um triângulo amarelo com a letra T, em preto, no meio. Mas ainda não significa que o direito à informação está sendo totalmente respeitado. Algumas e
mpresas continuam desrespeitando o seu direito de saber o que está comendo, porque usam ingredientes transgênicos e não informam isso nos rótulos.
símbolo criado para identificar produtos transgênicos
CTNBio 2009
A Comissão Técnica Nacional de Biosegurança (CTNBio) aprovou, em 2008, 539 solicitações de pesquisas, liberações planejadas, projetos e relatórios em relação aos transgênicos. As liberações comerciais de sementes foram 8, sendo 3 de milho, 2 de algodão e 3 de vacinas contra a circovirose, uma doença dos suínos.
Para
Atualização e implementação da Política Nacional de Biossegurança, relativa a OGM, é
a finalidade da CTNbio, criada em 24 de março de 2005, referentes à proteção da saúde humana, dos organismos vivos e do meio ambiente.
Embrapa
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é uma empresa geradora de informações tecnológicas com impacto, principalmente, no agronegócio. Trabalha, também, com transgênicos e a questão da biossegurança alimentar e ambiental, voltada para os produtos como a soja, feijão, batata, mamão e algodão.
Equipe:
Ytallo Byancco Soares
Ana Cristina Procópio
Adriane Pacheco
Daiana Queiroz
Maria Izabel Guedes
Melri Ribeiro Lima
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